sexta-feira, 11 de setembro de 2009

ABC DA CRISE



UM ANO DEPOIS DA CRISE

O PAVOR FOI MAIOR QUE EFEITOS- Depois de um ano a crise afetou mais os países ricos e seu fantasma foi maior que o seu efeito

Na próxima terça-feira, 15 de setembro, completa-se um ano da crise mundial. Há exatamente um ano, o mundo todo foi tomado pelo pânico de que uma crise sem precedentes assolaria as economias globais e traria prejuízos sociais tão grandes como nos anos 30, quando filas de desempregados e famintos povoaram Nova Iorque. Um dos marcos do vendaval do ano passado foi a quebra do banco Lehman Brothers, que anunciou sua concordata no dia 15 de setembro, e marcou a crise sistêmica no sistema financeiro. Outras instituições importantes, como a seguradora AIG e grandes bancos europeus, também quebraram. Em pouco tempo, o mundo todo aprendia o que eram subprimes, o fortalecimento do termo Bric, “marola” e quem é Bernard Madoff. Veja aqui a crise de 2008 de A a Z, segundo o Sistema Comércio:

AIG
A seguradora AIG quebrou no mês de setembro, motivada em grande parte pelos seguros de créditos concedidos no mercado imobiliário norte-americano .
“Bric”
Outro termo que ganhou força na crise mundial. O chamado “Bric”, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, aparentemente conseguiu atravessar o grave momento sem grandes turbulências – com exceção da Rússia, cuja economia é mais dependente de exportações. Pode-se dizer que nesses países os efeitos foram minimizados, mas que eles também existiram. No caso brasileiro, o setor industrial foi mais afetado. Com a economia mundial em total recessão, era certo que isso seria mais sentido pelas empresas que dependiam das exportações.
Comparação com crises anteriores
Ao contrário do que ocorreu em crises anteriores, o Brasil está mais preparado para enfrentar os problemas oriundos do exterior. Vale lembrar situações vividas em 1995, no México, ou em 1997, com os “Tigres Asiáticos” e também com a desvalorização cambial em 1999. Nesses períodos, as reservas brasileiras não eram superiores a US$ 50 bilhões, sendo utilizadas para sustentar a taxa cambial fixa. A dívida pública era superior a 60% do PIB, tínhamos saldo comercial deficitário e o risco país registrava mais de 2.000 pontos. Hoje o Brasil tem câmbio flutuante, reservas superiores a US$ 200 bilhões, a dívida pública brasileira representa 40% do PIB e está em queda. Hoje o país é superavitário na Balança Comercial e o risco país está entre 250 e 300 pontos. Essas diferenças explicam por que uma crise mundial de proporções tão grandes afetou menos o país do que em outros momentos.
Derivativos
As empresas que apostaram exageradamente em ativos financeiros chamados derivativos tiveram prejuízos em suas atividades, caso da Sadia e Aracruz, no Brasil. A crise chegou ao País pelo canal financeiro e não pelo lado real da economia.
Exportação X Mercado Interno
Diante da queda na demanda internacional, a indústria exportadora do Brasil foi a que mais sentiu os efeitos da crise. O Governo brasileiro atenuou o quadro ao apostar, acertadamente, no mercado interno, considerando o fato de que não conseguiria resolver os fatores externos. Reduziu os juros e principalmente aumentou os gastos públicos. Também concedeu incentivos fiscais para o setor de automóveis, linha branca e materiais de construção. Os efeitos dessas medidas são positivos, sendo sentidos principalmente por causa da manutenção do nível de emprego.
Fusão
Enquanto os bancos no mundo quebravam, no Brasil, dois grandes bancos, Itaú e Unibanco, anunciavam sua fusão, no dia 3 de novembro
GM
A maior indústria automobilística foi à lona no dia primeiro de junho. Foi a terceira maior quebra dos EUA, depois da Enron e WorldCom.
Hipotecas
O excesso de hipotecas no mercado imobiliário foi a gota d´água numa crise que estava em gestação há alguns anos pela insustentabilidade dos ativos financeiros.
Intervenção do governo
A crise tirou de cena a idéia de que o mercado se autorregula. Nunca o governo norte-americano trabalhou tanto em socorros a empresas para preservar suas instituições financeiras.
Juros
O Banco Central reduziu a taxa básica de juros para garantir melhores condições de produção e consumo
Lehman Brothers
A quebra do banco Lehman Brothers no dia 15 de setembro foi o marco de uma crise sistêmica no sistema financeiro que afetou principalmente os países ricos.
Marola?
Outro termo que ficou conhecido este ano foi a “marola”, citada pelo presidente Lula. “Lá (no exterior), a crise é um tsunami. Aqui, se chegar, vai ser uma marolinha, que não dá nem para esquiar”.
Neoliberalismo
A idéia de um Estado alheio ao mercado, que se autorregularia, ficou na berlinda. Os princípios do neoliberalismo passaram a ser questionados
Obama
A eleição do primeiro presidente negro da história dos EUA, Barack Obama, trouxe a esperança de resgatar a auto-estima do norte-americanos na pior crise vivida por eles desde a década de 30.
Pirâmide de Madoff
Nesse ambiente Panglossiano, onde nada poderia dar errado, esquemas tão antigos como as pirâmides de investidores (criado por Bernie Madoff) arrebataram desde cineastas até mesmo a fundos operados por instituições e gestores bastante experientes.
Queda vertiginosa das Bolsas
Não houve um só mercado acionário no mundo que não tenha sucumbido na crise, após anos de ganhos exagerados e sem correlação com a realidade.
Retomada
Os números de produção industrial, sejam os nacionais como também os norte-americanos, dão sinais de sutil reação. Em contrapartida, o nível de alavancagem financeira do período pré-crise não deve ser retomado por muitos anos. Foi justamente esse desenvolvimento excessivo que permitiu o crescimento de consumo e de produção exagerado tornando-se insustentável a longo prazo.
Subprimes
Os créditos subprimes englobam empréstimos feitos aos clientes abaixo do preferencial - créditos hipotecários, cartões de crédito e também aluguel de carros, sendo concedidos a clientes sem comprovação de renda, com histórico ruim de crédito ou até mesmo sem nenhum registro. O mercado norte-americano vinha no ritmo da “exuberância irracional” – termo cunhado pelo ex-presidente do Banco Central, Alan Greenspan – desde a década de 90, com baixo critério para oferta de crédito. A exuberância começou nas bolsas, nos anos 90, acentuou-se com as pontocom no ano 2000, e tomou todo o sistema financeiro até 2008.
Termos de Troca
O preço das commodities despencaram fazendo com que empresas extremamente lucrativas como a Vale tivessem que rever sua estratégia ao menos no curto e médio prazo.
U, a curva
Os economistas se revezaram nas opiniões de como seria a retomada da economia. Alguns apostaram na curva em “U”, de que depois de uma queda e estagnação, haveria a retomada. Outros apostaram na retomada em “V” e outros ainda, na retomada em “W”
Varejo
No caso do varejo, as políticas anticíclicas adotadas pelo governo brasileiro têm funcionado. Segundo dados da Fecomercio, de maneira geral, o setor apresentou um quadro com leve crescimento no primeiro semestre de 2009.
X, a indeterminação
É o tempo que o mundo levará para se recuperar da ressaca que essa crise certamente deixará, principalmente no sistema de crédito global.
Zelar pelo sistema financeiro
O nível de perdas financeiras foi tão grande que obrigou os bancos centrais a saírem de suas posições mais conservadoras e a adotarem medidas de salvamento de bancos para que o sistema financeiro permanecesse minimamente sólido
Perspectivas segundo o Sistema Comercio:
Ainda é difícil apontar quando a economia mundial conseguirá voltar a crescer aos níveis pré-crise. Aparentemente o pior já ficou para trás e essa tendência de retomada do avanço surge ainda timidamente.
Sobre a Fecomercio
A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), cuja equipe elaborou este ABC, é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa 151 sindicatos patronais, que abrangem cerca de 600 mil empresas, um universo que corresponde a 10% do PIB brasileiro e gera em torno de cinco milhões de empregos.
Mais informações:Assessoria de Imprensa Fecomercio
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