sábado, 3 de outubro de 2009

A CRISE NO BRASIL EXISTE...


EM SETORES LOCALIZADOS
RETRAÇÃO-
O setor industrial mesmo com oito altas seguidas no ano apresenta perdas e um desempenho dos piores da história
A indústria em agosto continua apresentando sinais de, mas, ainda apresenta níveis bem abaixo dos registrados antes da crise econômica. A perda observada desde outubro do ano passado reflete-se no resultado acumulado do ano, que tem retração de 12,1%,o pior resultado para o período de janeiro a agosto desde 1990, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com setembro de 2008, quando a produção industrial atingiu nível recorde, há queda de 10,2%, que posiciona a indústria brasileira em patamar semelhante ao observado em fevereiro de 2007. "A indústria segue em trajetória de recuperação, e há quedas menos acentuadas, em relação a 2008, na comparação com o ano passado", afirmou a coordenadora da PIM (Pesquisa Industrial Mensal), Isabella Nunes.
O IBGE divulgou na sexta-feira que a produção industrial brasileira teve oitava elevação consecutiva em agosto, com alta de 1,2% frente a julho. Em relação a igual período em 2008, porém, a indústria teve retração de 7,2%. Pesou para a queda menos acentuada nessa última comparação o fato de agosto de 2008 ter tido dois dias úteis a menos. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem retração de 8,9%, o que configura o pior desempenho da série histórica. O desempenho dos segmentos de bens duráveis e de bens intermediários vêm puxando a recuperação da indústria, explicou Isabella. De dezembro para cá, a produção de bens duráveis cresceu 82,9%, influenciada pelo setor automotivo. Ainda assim, o setor apresenta perda de 5,3% em relação a setembro do ano passado. Já o setor de bens intermediários registra retração de 9,1% desde setembro, mas apresenta oito altas seguidas este ano. "Está sendo observado um aquecimento na produção de bens intermediários, o que pode ser um indicador de que a indústria está se preparando para ampliar a produção, visando o consumo mais elevado esperado para o final do ano", observou Isabella. O setor de bens de capital foi o mais afetado pela crise, com redução de 25,7% na produção, desde setembro. Nos últimos cinco meses, no entanto, apresenta crescimento acumulado de 7,6%, o que indica um início de consolidação da recuperação do segmento que concentra os investimentos na indústria. Segundo Isabella "A produção de bens de capital vem crescendo abaixo da média, de acordo com o nível de utilização da indústria, que está mais baixo. Mas ao mesmo tempo, começa a demonstrar uma estabilização na recuperação".